De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o crescimento da construção civil para 2023 foi revisada para baixo: caiu de 2,5% para 2%. Um dos motivos apontado por especialistas é o freio nas concessões de crédito imobiliário para imóveis de médio e alto padrão que, acredita-se, deve permanecer em baixa nos próximos meses.
Entrevistado pelo jornal Folha de São Paulo, Danilo Igliori, Doutor em Economia Aplicada e Professor da USP (Universidade de São Paulo), disse: “Estamos em um cenário de enorme incerteza, mas o fato é que já há alguns meses, desde o quarto trimestre do ano passado, a gente observa uma contração bem evidente no crédito imobiliário, e isso deve continuar por algum tempo. Os juros são muito importantes para o crédito imobiliário de diversas maneiras. De cara, ele dita quão caros ou baratos os financiamentos ficam. A taxa Selic é a taxa básica, ela impacta todas as outras taxas e também a taxa do mercado imobiliário. E aí, quanto maior a taxa de juros, mais caro é o financiamento”.
Sobre o Programa Minha Casa, Minha Vida, o professor disse ao jornal paulista: “Tem uma dinâmica bem diferente, porque depende fundamentalmente do governo, então a restrição tem mais relação com o aspecto fiscal e de vontade política do que com o impacto da taxa de juros”. Ele acredita que o mercado espera desse Governo um aumento significativo desse tipo de financiamento, em comparação com o que foi o programa Casa Verde e Amarela, do governo passado.