A Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac) divulgou uma análise de sua assessoria econômica que aponta para o crescimento do uso do FGTS nos consórcios de imóveis. De acordo com a entidade, a movimentação de recursos para a habitação cresceu 139,4%, de 2010 a 2022: o montante movimentado no período foi de R$ 646,06 bilhões, sendo R$ 554,43 bilhões (85,8%) para habitação popular e R$ 32,93 bilhões (5,1%) para a habitação em faixa de renda superior. Os 9,1% restantes foram direcionados para obras de infraestrutura e para a saúde.
De acordo com o estudo da Abac, com aproximadamente R$ 1,534 bilhão de utilização no Sistema de Consórcios, ao longo de 13 anos, o uso do FGTS pode ser melhor analisado em dois períodos: de 2010 a 2016, a média anual ficou em R$ 73,5 milhões, e de 2017 a 2022, quando o valor médio subiu para R$ 170,0 milhões anuais. “Trata-se, ainda, de volumes tímidos, quando comparados ao montante geral de recursos mobilizados pelo fundo. Contudo, registrem-se os crescentes totais alcançados. A correção de 3% ao ano mais a variação da TR torna a manutenção do dinheiro na conta em algo desvantajoso para o trabalhador. Por isso, o uso de recurso disponível fica mais interessante quando investido na formação ou ampliação de patrimônio, uma segurança para o futuro, totalmente justificada”, diz o Economista da associação, Luiz Antonio Barbagallo.
Entre 2017 e 2023, aponta a Abac, 24.238 consorciados-trabalhadores contemplados utilizaram o FGTS no consórcio de imóveis (os números de 2023 ainda são parciais). “É inegável que há muito espaço para crescer, havendo promissoras perspectivas para as administradoras e para os consorciados”, acredita Barbagallo. Ele destaca que de janeiro a novembro de 2023 o sistema de consórcios atingiu um recorde histórico, ao acumular em vendas 3,87 milhões de novas cotas, dos quais 726,67 mil foram de imóveis.