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Poupança teve sua menor participação da história na estrutura de fontes de recursos usados no crédito imobiliário

De acordo com a ABECIP, em termos absolutos pela primeira vez o saldo das captações por meio de instrumentos de mercado de capitais ultrapassou a tradicional caderneta na composição do “funding"

Em 2023, a poupança teve sua menor participação da história na estrutura de fontes de recursos usados no crédito imobiliário no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (ABECIP), em termos absolutos pela primeira vez o saldo das captações por meio de instrumentos de mercado de capitais ultrapassou a tradicional caderneta na composição do “funding” no primeiro semestre de 2023 e aumentou a distância no fim do ano passado.

“O conjunto dos instrumentos de captação privada alcançou fatia de 40% frente a 34% da poupança em dezembro. No entanto, é preciso ponderar que nem todos os recursos obtidos por estruturas como Letra de Crédito Imobiliário (LCI), Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), Letra Imobiliária Garantida (LIG) e fundos imobiliários (FII) destinam-se ao crédito habitacional e, desse modo, a caderneta mantém papel preponderante dentro da estrutura de funding. O FGTS também teve importância na expansão do saldo total, com crescimento de 13% no estoque, para R$ 569 bilhões”, publicou o jornal O Estado de São Paulo.

A ABECIP informou que o volume total de recursos disponíveis para o crédito imobiliário registrou alta de 13% em 2023 na comparação com 2022, com saldo de R$ 2,17 trilhões. “Estamos num ambiente de crescimento de mercado mesmo com a diminuição da poupança”, disse, em entrevista coletiva, o Presidente da entidade, Sandro Gamba. “A representatividade da caderneta diminuiu, mas o setor foi resiliente através de outras operações que supriram essa redução e conseguiram atender o crescimento do mercado”, completou ele.

De acordo com a entidade, o saldo médio da poupança no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE) no fim de 2023 recuou para R$ 747 bilhões, com queda de 2,2% comparada a 2022. Houve saída líquida de R$ 72 bilhões no período. Em relação às concessões com recursos do FGTS, realizadas principalmente no âmbito do programa “Minha Casa, Minha Vida”, o crescimento foi de 59%, compensando a queda do sistema com funding da caderneta. A ABECIP informa que o segmento contabilizou uma produção de R$ 98 bilhões, maior marca da história.

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