Os preços dos imóveis residenciais nas dez capitais analisadas pelo IGMI-R/Abecip tiveram elevação na leitura de julho, em comparação ao resultado do mês anterior, sendo que todos também tiveram aceleração nos respectivos resultados acumulados em 12 meses em relação aos resultados de junho. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), a variação dos preços dos imóveis residenciais em setembro (1,76%) foi praticamente idêntica à do mês anterior (1,74%), segundo o IGMI-R/Abecip. Assim, a trajetória de aceleração da variação acumulada em doze meses foi mantida para as dez capitais analisadas. No resultado agregado para o Brasil, essa variação passou de 12,48% em agosto para 13,81% em setembro.
“Comparando as variações nominais acumuladas nos trimestres em relação aos trimestres imediatamente anteriores, os três trimestres de 2021 apresentaram aceleração para o Brasil e para as dez capitais, ainda que com diferenças significativas do ponto de vista quantitativo. São Paulo apresentou a maior variação no terceiro trimestre (6,87%), enquanto Recife a menor (1,62%) entre as capitais. Nos resultados acumulados em doze meses, São Paulo mais uma vez foi o destaque isolado de variação positiva (20,17%), seguido por Brasília (14,20%) e Rio de Janeiro (13,06%), enquanto Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Goiânia apresentaram variações ao redor de 10%, muito próximas dos resultados acumulados dos índices de preços ao consumidor no período. No outro extremo, Belo Horizonte, Fortaleza e Recife, apresentaram variações acumuladas em 12 meses em torno de 5%, implicando em perdas de valores reais de seus imóveis residenciais. Esses comportamentos de preços ocorrem em um momento em que a retomada do nível de atividades na economia Brasileira vem mostrando sinais de desaceleração. Se por um lado o avanço da imunização vem permitindo uma recuperação do setor de serviços, por outro o mercado de trabalho ainda sente os efeitos das perdas de nível de emprego e rendimentos reais desde o ano passado. Como mostra o gráfico abaixo, esse contexto ainda não afetou os sentimentos dos empresários do setor de edificações residenciais em relação à situação atual, porém já exerceu um impacto negativo sobre as expectativas, conforme os últimos resultados da Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV. Entre os fundamentos por trás dessa redução, destacam-se as incertezas relativas ao quadro fiscal, e principalmente o cenário de aceleração generalizada de preços de insumos e produtos, com a reação anunciada da política monetária tornando menos favoráveis as condições de crédito. Ainda de acordo com os resultados mais recentes da Sondagem da Construção Civil, esses fundamentos implicam em um recuo na percepção dos empresários da demanda prevista por edificações residenciais em setembro, como pode ser visto no gráfico abaixo. Os impactos dos do aumento das incertezas sobre o ritmo de retomada da economia e das elevações generalizadas nos preços de insumos e produtos irão condicionar a continuidade da aceleração dos preços nominais dos imóveis residenciais no Brasil nos próximos meses”, informou a Abecip.
Publicado em 02/11/2021