A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, em elevar a taxa Selic para 9,25% ao ano, anunciada em 8 de dezembro, teve impacto direto na Taxa Referencial (TR), utilizada na correção da caderneta de poupança, no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e em contratos de financiamento imobiliário. Quando a taxa Selic passa de 8,5%, a TR, que estava zerada, sobe.
Economistas ressaltam que esta é uma condição importante de ser observada, já que a alta da TR aumenta a rentabilidade da caderneta de poupança – a aplicação mais procurada pelos brasileiros – bem como o saldo do FGTS. Mas também encarece o financiamento da casa própria de contratos atrelados a essa taxa.
A TR está zerada desde setembro de 2017, quando os juros básicos começaram a cair sistematicamente, chegando a níveis históricos. O Banco Central define-a diariamente, com base nas taxas de juros das Letras do Tesouro Nacional. É utilizada uma base da movimentação dos juros desses papéis nos últimos cinco dias do mês, nos 30 maiores bancos brasileiros.
– Quando a Selic estava em 9,25% ao ano, em julho de 2017, por exemplo, a TR naquele mês deu 0,0623%. É pouco, mas influencia na poupança e no financiamento habitacional – exemplificou, ao jornal Folha de São Paulo, Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), pontuando que o impacto nos financiamentos da casa própria só serão conhecidos em janeiro.
Publicado em 02/01/2022