O prazo de carência de 60 dias que os bancos concederam em diversas linhas de crédito voltadas a pessoas físicas e empresas poderá ser ampliado por mais 60 dias. Os bancos brasileiros estão monito-rando muito de perto os reflexos da crise do novo coronavírus, e parecem dispostos a ampliar o pra-zo de carência oferecido aos seus clientes. Os bancos estão discutindo com o Banco Central o assun-to com cuidado e ponderação, e o novo prazo de carência par aos pagamentos pode chegar a três ou quatro meses, dependente do cenário. Os bancos já avaliam que os 60 dias de carência concedidos não serão suficientes. O Banco Central também está atento ao momento e já permitiu que os bancos mantenham a nota dos clientes mesmo diante da renegociação das dívidas e flexibilizou de forma temporária a regra que determina o tamanho do colchão que os bancos devem constituir para perdas em relação ao tempo de atraso dos empréstimos. De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os bancos já receberam mais de dois milhões de pedidos de carência para pagamento de dívidas que somam R$ 200 bilhões. “Os bancos estão monitorando passo a passo os efeitos da crise e se o quadro de piora se mantiver, as instituições já se dispuseram a continuar renegociando as dívi-das dos clientes, dando a eles mais prazo e fôlego. Se o quadro de piora se mantiver, há disposição dos bancos, de forma isolada ou conjuntamente, para continuar renegociando e prorrogando as dívi-das por um prazo maior”, disse o Presidente da Febraban, Isaac Sidney, em entrevista ao Grupo Estado.
Publicado em 01/06/2020