A fintech CashMe, empresa de crédito com garantia do grupo Cyrela, anunciou que fechou o terceiro trimestre do ano com uma carteira de crédito de R$ 1,25 bilhão sob gestão. Até o terceiro trimestre do ano passado, este valor era de R$ 750 milhões. O número de colaboradores diretos também revela o crescimento da fintech. Há um ano, eram 95 profissionais, que, hoje, somam 340.
De acordo com o executivo Alexandre Rappaport, à frente da CashMe, o aumento exponencial do número de funcionários é um dos maiores investimentos feitos neste ano pela fintech. Segundo ele, o perfil do time era muito comercial, mas agora há um equilíbrio: um terço vem da área de tecnologia, um terço comercial e os demais de back office.
Rappaport garantiu que uma das bases do avanço da CashMe é o crescimento do home equity, que garante nada menos do que 90% da sua receita. A Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) informa que o crédito com garantia de imóvel está em um saldo de R$ 13,5 bilhões, mas, segundo o executivo, “poderia ser dez vezes mais”. Rappaport pontua que “o potencial deste mercado é imenso. Basta ver que, no ano passado, o crédito imobiliário movimentou R$ 205,4 bilhões, um avanço de 66,7% em relação a 2020. As pessoas ainda têm pouco conhecimento sobre o home equity”, ponderou.
Para reforçar sua presença no mercado, a CashMe vem montando um time de consultores ligados à empresa, chamados de cashmembers. Já são 1,5 mil profissionais, disponíveis em 40% dos municípios brasileiros. “Eles têm um papel fundamental para explicar o produto aos clientes. Também criamos algoritmos como o que sugere o valor do imóvel, que fornece a capacidade de crédito, que mostra quantas ações judiciais o cliente tem e outros que reúnem tudo isso”, diz o executivo da CahsMe, informando que até o fim do ano a empresa pretende contar com 2 mil cashmembers e investirá em automação.
A CashMe continua ancorada pela Cyrela, mas a ideia é buscar captação primária no mercado. No começo do ano, a fintech andou conversando com fundos de private equity, mas a alta de juros, a guerra da Ucrânia e Rússia e a diminuição do apetite dos investidores mudaram os planos iniciais. “Só vamos buscar captação no ano que vem. Se for no início, será primária com algum fundo. Se for no fim de 2023, teremos tamanho até para um IPO”, afirma Rappaport.
Publicado em 02/05/2022