O setor da construção civil no Nordeste foi responsável por 17,2% das novas vagas formais de trabalho neste primeiro semestre do ano, com 44.994 contratações, chegando a 588.195 postos de trabalho em agosto, o que representa uma alta de 5,72% em relação ao mesmo mês do ano passado. A informação é da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
De acordo com a Câmara, o programa Minha Casa, Minha Vida é a base de sustentação da expansão da construção na região, respondendo por 52,3% das unidades residenciais lançadas no primeiro semestre do ano (16.410 habitações entregues). Esse percentual era de 41,6% nos seis primeiros meses de 2021. “O programa Minha Casa, Minha Vida continua sendo o grande responsável pela geração de empregos e renda na construção civil, especialmente fora do eixo Sul–Sudeste. A ampliação das faixas de renda beneficiadas trouxe novo fôlego ao mercado”, atesta o Presidente da CBIC, Renato Correia.
Segundo a CBIC, mais de 39 mil unidades residenciais foram vendidas na região no primeiro semestre do ano, o que representa uma alta de 10,6% na comparação com os seis primeiros meses de 2024. A Agência CBIC informa que o Valor Geral Vendido (VGV) atingiu R$ 17,6 bilhões, um crescimento de 11,9%. Já o Valor Geral Lançado (VGL) ficou em R$ 13,6 bilhões, queda de 18,1% no mesmo intervalo.
Embora os números sejam considerados muito bons, a CBIC teme que a alta dos juros atrapalhe o segmento. “O setor é dependente de crédito, e o alto patamar das taxas de juros tem impacto direto nas atividades da construção. Os dados do segundo trimestre mostram um recuo na construção de 0,2% em relação aos três primeiros meses do ano, queda que já reflete os efeitos do ciclo de alta dos juros”, revela a Economista-chefe da entidade, Ieda Vasconcelos.
O mercado de luxo no Nordeste surpreendeu o setor. Segundo a Agência CBIC, “o Valor Geral de Imóveis de alto padrão lançados no Nordeste mais que dobrou em um ano, passando de R$ 1,6 bilhão no primeiro semestre de 2024 para R$ 3,6 bilhões no mesmo período de 2025. O número de unidades de luxo vendidas também cresceu: as vendas subiram de 657 para mais de mil unidades na mesma base de comparação. Os dados são de levantamento feito pela consultoria Brain em capitais e cidades de médio e pequeno porte em todos os estados do Nordeste. Os imóveis de médio padrão ainda respondem por mais de 40% dos lançamentos imobiliários na região, mas o segmento de luxo tem crescido a cada ano”.
No acumulado de 12 meses até junho, aponta a entidade, o Nordeste registrou 423.241 unidades residenciais lançadas, ante 414.375 unidades vendidas. O resultado indica que a demanda por habitação segue elevada na região. “Vemos no Nordeste os mesmos sinais positivos que aparecem no mercado imobiliário nacional. As vendas seguem aquecidas e, considerando a média dos últimos 12 meses, se não houver novos lançamentos, a oferta se esgotaria em cerca de oito meses”, diz o Presidente do Sinduscon da Bahia, Alexandre Landim.