Ainda em fases de testes, a Drex – moeda digital brasileira – deverá descomplicar serviços financeiros e possibilitar novos tipos de investimentos, trazendo, por exemplo, mais segurança e eficiência em processos de compra e venda de imóveis.  Denis W. Silva, CEO da ImobCoin, plataforma que negocia tokens para investimento em imóveis, diz que um dos objetivos do Drex será o de promover a comunicação de sistemas que atualmente estão desconectados, como o sistema bancário e o cartório onde está a matrícula do imóvel. “O formato deve acelerar a compra e venda de imóveis”, espera ele.

Ao contrário de moedas digitais como o Bitcoin e o Ethereum, o Drex terá o mesmo valor do real e, assim, não sofrerá com a variação de preços. Será possível, portanto, realizar operações financeiras de bens físicos utilizando carteiras digitais e blockchain. Um comprador de um imóvel poderá fazê-lo sem sair de casa, recorrendo a um smart contract (contrato inteligente), com protocolos computacionais garantindo que os acordos serão invioláveis e de natureza auto executável.

De acordo com W. Silva, se uma das partes descumprir o acordo, o sistema bloqueia o processo automaticamente, liberando-o apenas quando o imbróglio se resolver. “Por exemplo, um imóvel que custa R$ 1 milhão: é possível fracioná-lo em mil tokens de R$ 1 mil. À medida que você paga cada prestação, você se torna dono daquela fração da propriedade”, exemplifica o executivo.

Seria o fim dos cartórios? “Os cartórios vão precisar se adequar ao novo ambiente de transações, entender como funciona e tratar melhor as documentações, mas eles continuarão sendo necessários como um intermediário. O blockchain traz mais agilidade e segurança à transação, mas nos cartórios será possível verificar pendências, analisar titularidades da matrícula etc”, responde W. Silva.