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Redução dos juros do crédito imobiliário, só em 2024

É o que garantem executivos de três dos principais bancos privados do país

Uma eventual redução dos custos das linhas de financiamento imobiliário só deve acontecer no ano que vem. Este foi o recado que três dos maiores bancos privados do país deram durante a Abecip Summit 2023, realizada pela Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança, dia 24 de agosto, no SP Hall, em São Paulo. Executivos do Santander, do Bradesco e do Itaú Unibanco comungam da mesma opinião e expectativa: redução, só em 2024.

“Não trabalhamos com a possibilidade de reduções de taxas de crédito imobiliário para este semestre. Não teremos em 2023, e o mais provável seria para os próximos semestres. Não é especificamente só o movimento da Selic. Há vários fatores que pesam  na decisão, incluindo a perspectiva de o próprio Congresso endereçar reformas importantes”, disse o Diretor de Crédito Imobiliário do Bradesco, Romero Albuquerque.

O Diretor de Negócios Imobiliários do Santander, Sandro Gamba, foi enfático: “com as informações que temos hoje, não vejo espaço para redução da taxa de crédito imobiliário neste ano”. Segundo ele, “a redução da participação da poupança no funding do crédito imobiliário, de 50% há alguns anos para os atuais 35%, claramente aumenta a correlação do crédito imobiliário com a Selic, mas isso não significa que seja um efeito imediato”.

O Diretor de Produtos de Crédito Imobiliário do Itaú Unibanco, Rodrigo Penteado, concorda com os demais executivos. Ele ressaltou que um fator necessário para as instituições poderem realizar as reduções de taxas é a recuperação de captação da poupança. “A expectativa é favorável com o início do ciclo de redução da Selic, mas a composição dos instrumentos de captação é que estabelece o preço do crédito imobiliário. A queda de captação da poupança afeta [as taxas]. Quando temos captação mais voltada para instrumentos de mercado há um mix de custo mais elevado. Para ter redução, o componente de mix é muito importante”, afirmou.

A Abecip enxerga 2024 com bons olhos. Segundo o seu Presidente, José Ramos Rocha Neto, “no próximo ano, o volume de concessões de financiamento imobiliário vai estar em níveis próximos dos atuais. Pode até estar lutando pelo bronze ou pela prata no ranking dos melhores anos”. Rocha Neto disse que  2023 tende a se consolidar como o terceiro melhor ano em termos de concessões da história do setor, com um volume de financiamentos habitacionais estimados em R$ 240 bilhões, ou seja, muito próximo dos R$ 241 bilhões do ano passado.

“Indicadores de desemprego estão extremamente controlados; a taxa de juros, além do movimento recente da primeira queda, o Copom sinaliza que teremos quedas constantes, e provavelmente vamos chegar no ano que vem a uma taxa de um dígito. No câmbio, vemos sinal positivo porque, mesmo no momento recente de instabilidade, não voltou a ultrapassar o patamar de R$ 5 [por dólar]. Além disso, a inflação mostra queda. Então, não podemos crer que teremos um 2024 ruim. O crescimento da economia vem superando as expectativas e o crédito imobiliário é uma das alavancas desse resultado. O setor mostra sensível melhora de produtividade”, afirmou.

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