Um levantamento feito pela fintech de crédito Creditas mostra que a categoria de empréstimo com garantia de imóvel teve um crescimento de 35,7% em janeiro deste ano se comparado ao mês anterior. A pesquisa aponta que os principais motivos que levaram os consumidores a procurarem a modalidade de home equity foram para investir no próprio negócio (24%), reformar residências (23%) e adquirir novos bens (22%).
VP de Home Eqyuity da Creditas, Maria Teresa Fornea pontua que o começo do ano apresenta uma série de contas específicas que precisam ser pagas, como IPTU, IPVA, matrícula escolar e férias, tudo isso logo depois das festas de final de ano, que também geram gastos a mais. “Além da concentração de gastos, as pessoas estão mudando ciclos e querendo resolver as coisas. Notamos um aumento de busca orgânica pela modalidade de crédito e acreditamos que isso é um efeito de mais pessoas descobrindo os empréstimos com garantia. Ainda assim, cerca de 80% dos nossos clientes que acessam o home equity não conheciam essa modalidade de crédito quando nos procuraram”, diz a executiva.
Maria Teresa acrescenta que o aumento da taxa básica de juros da economia também pode ter impulsionado a busca por empréstimos. “O custo do crédito aumentou para todo mundo. Mas enquanto a Selic cresceu cerca de cinco vezes, o preço do crédito com garantia de imóvel subiu entre 15% e 18%”, relata ela, lembrando que a modalidade de home equity subiu menos do que outras linhas de crédito, como cheque especial e empréstimo pessoal, e tem o benefício do prazo maior. “No final do dia, temos pouco volume relativo de crédito na economia, porque as pessoas ficam pedalando em créditos muito curtos. Enquanto o empréstimo com garantia pode ter um prazo de 20 anos, essencial para liberar fluxo de caixa e transformador e para brasileiros que comprometem muito da sua renda mensal com pagamento de juros”, afirma.
A executiva da Creditas acredita que o que falta ao setor é os proprietários de imóveis enxergarem o seu patrimônio como uma forma de alavancagem, como acontece entre os cidadãos americanos e suas hipotecas. “Quando procuramos qualquer coisa, costumamos olhar para o melhor custo-benefício. Com o crédito deveria ser a mesma coisa. O que as pessoas não percebem é que ao fazer isso poderão economizar 80% do custo efetivo total da dívida. E se escolher uma linha de crédito que sufoque, estará, na verdade, colocando todo o seu patrimônio em risco”, finaliza Maria Teresa.
Publicado em 03/03/2022