Tomar crédito oferecendo um imóvel como garantia – operação conhecida como home equity – está cada vez mais comum no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário (Abecip), o valor das concessões desta modalidade de crédito no país cresceu 46% de janeiro a agosto, na comparação com o mesmo período de 2020. Até agosto, aponta a entidade, o volume de crédito somava R$ 12,319 bilhões.
Trata-se de um bom negócio para todos: o imóvel oferecido como garantia diminui o risco de inadimplência, o que é bom para o agente financeiro, e permite taxas de juros mais baixas, o que é bom para o tomador do empréstimo. “Está havendo um maior conhecimento sobre a modalidade de crédito e um maior apetite por parte das instituições financeiras em emprestar por meio dela”, garante a Presidente da Abecip, Cristiane Portella. Segundo a executiva, o valor médio dos empréstimos desta modalidade está entre R$ 160 mil a R$ 170 mil. Em geral, o teto do empréstimo é de até 60% do valor do imóvel utilizado como garantia.
A Vice-Presidente da unidade Home da Creditas, Maria Teresa Fornea, disse que a linha tem sido procurada por pessoas que querem trocar dívidas mais caras, como as do cartão de crédito e do cheque especial, pela do home equity. A Creditas observou a procura pelo financiamento aumentar 50% no primeiro semestre deste ano. “Tem crescido muito o uso para reforma e para capital de giro. Antes, tínhamos um perfil bem maior de assalariados. Mas, hoje, o contingente de pequenos empresários que usa esse tipo de produto é crescente, justamente pelo período de pandemia que a gente passou, quando muitos dos pequenos negócios precisaram de crédito”, disse Maria Teresa, ao jornal O Globo.
Publicado em 02/11/2021