De acordo com um estudo produzido pela Melhortaxa, que compara taxas de financiamentos imobiliários, a pedido do UOL, os juros em alta deixaram o financiamento da casa própria bem mais custoso. Um bom exemplo disso fica claro quando se pensa no financiamento de um imóvel de R$ 300 mil, que, segundo o levantamento da Melhortaxa, ficou R$ 90 mil mais caro em um prazo de 30 anos. E mais: a exigência de renda mensal também subiu, ficando, agora, 25% maior após a Selic sair de 2% ao ano, em março do ano passado, para 12,75% ao ano em maio deste ano.
Em março de 2021, um imóvel avaliado em R$ 300 mil, com R$ 240 mil financiados, custaria R$ 490 mil no final das prestações ao longo de 30 anos. O comprador precisaria de uma renda mensal de R$ 6.532,22. naquele mês, a Selic estava em 2% ao ano. Hoje, o financiamento do mesmo imóvel custará R$ 580 mil ao longo do mesmo período, e exige uma renda mensal de R$ 8.184,59 segundo o estudo da Melhortaxa.
Um imóvel avaliado em R$ 1 milhão, com financiamento de 80% do seu valor, custaria R$ 1,6 milhão com a Selic a 2% ao ano. Já a renda necessário para financiá-lo seria de R$ 21.579,63. Hoje, financiado, o imóvel custará R$ 1,9 milhão, e a renda necessária será de R$ 27.087,51, segundo o levantamento feito para o UOL. “Em poucos meses, percebemos que a pessoa precisa ter uma renda muito maior para conseguir o mesmo financiamento. Acabamos sentindo uma inversão. As pessoas que precisam do empréstimo não conseguem, e quem busca o crédito só porque tem uma aplicação que rende mais no banco é aprovado. Desde o final de dezembro percebemos uma diminuição nas negociações de financiamento”, disse Paulo Chebat, CEO da Melhortaxa.
Publicado em 01/06/2022