Após sucessivos resultados muito positivos, o mercado imobiliário brasileiro ampliou o número de lançamentos no terceiro trimestre do ano, mas as vendas líquidas não cresceram na mesma proporção. Relatórios operacionais preliminares das maiores incorporadoras do Brasil mostram que os lançamentos cresceram 19,2%, em comparação com o mesmo período do ano anterior, mas as vendas líquidas cresceram apenas 1,7%. Neste terceiro trimestre do ano, foram lançados R$ 9,023 bilhões e as vendas chegaram a R$ 7,090 bilhões.
Os dados são provenientes das 14 incorporadoras listadas na Bolsa de Valores que já divulgaram suas prévias operacionais: Cury, Direcional, MRV, Tenda, Plano & Plano, Cyrela, Even, Eztec, Helbor, Lavvi, Melnick, Mitre, Moura Dubeux e RNI. De acordo com estes dados, o mercado de média e alta renda apresentou um desempenho mais fraco que o segmento popular. Cyrela, Even, Eztec e Melnick, entre outros, tiveram recuo nas vendas, ao passo que a Direcional e Cury, dedicadas ao programa Casa Verde e Amarela, experimentaram uma alta mais forte.
“A demanda está marginalmente pior. As famílias se retraíram porque o affordability (capacidade de pagamento) diminuiu. Quem compra imóvel para investir, saiu um pouco desse mercado porque está mais cauteloso com o aumento dos juros. A velocidade de vendas forte que víamos no passado caiu. As empresas estavam vendendo até metade dos apartamentos na largada. Isso não é comum.”, explicou, ao Jornal O Estado de São Paulo, o Analista do BTG Pactual, Gustavo Cambauva. No entanto, Cambauva é taxativo: “O mercado imobiliário vinha de recordes e ainda está saudável”.
Publicado em 02/11/2021