O Ministério da Fazenda quer atrair grandes fundos de pensão e investimentos para o mercado de crédito imobiliário. É o que garantiu o Secretário de Política Econômica da pasta, Guilherme Mello, ao participar do CNN Talks Crédito Para o Brasil, em 18 de junho. Mello aproveitou para criticar o atual patamar da Selic.
“Queremos trazer os fundos pensão, os fundos de investimentos”, disse Mello, lembrando que a maior parte do funding do setor não tem origem, hoje, em grandes investidores, mas sim na caderneta de poupança e em mecanismos como a Letra de Crédito Imobiliário (LCI), que recebe recursos majoritariamente de pessoas físicas.
Mello ressaltou que os fundos de pensão podem ter até 25% de seus investimentos voltados para o mercado imobiliário, mas que hoje esse índice está em torno de apenas 3%. Segundo ele, é preciso mudar esse quadro, e o primeiro passo é utilizar a Empresa Gestoras de Ativos (Em gea) para reforçar um mercado secundário de crédito imobiliário, prevista na medida provisória (MP) do Acredita. O Secretário disse que o objetivo é a Emgea atue, permitindo que os bancos vendam no mercado as carteiras de recebíveis, que em geral estão indexados à Taxa Referencial (TR), e a operação converta a taxa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que tem melhor remuneração.
Mello também aproveitou para criticar o atual patamar da Selic, que, no seu entendimento, é restritivo, atrapalha o crédito imobiliário e afasta investidores de papeis relevantes para este mercado. “Assim que tivermos taxas de juros mais condizentes com a realidade do país, poderemos dinamizar o mercado secundário e depender cada vez menos da poupança, atraindo novos atores para o mercado imobiliário”, afirmou ele.