“O potencial de fluxo estrangeiro ainda não chegou ao país. O investidor estrangeiro aumentou a atenção em relação ao Brasil, mas o potencial de fluxo de recursos ainda não se direcionou para cá”. A constatação é do Presidente do Morgan Stanley no Brasil, Alessandro Zema. Segundo o executivo, além dos tradicionais investidores americanos e europeus, há muito espaço para o capital do Oriente Médio e da China, que têm feito investimentos por aqui, nos últimos anos, e que somente agora tem olhado para o país com um maior interesse.
“Há nomes novos de investidores estrangeiros, de bolsos distantes do Brasil, que também estão direcionando os olhares ao mercado brasileiro. O investimento chinês, por exemplo, que antes estava concentrado nos setores elétrico e de recursos naturais, está expandindo a outros setores. Agora, com o mercado praticamente chegando a um consenso de que a alta de juros nos Estados Unidos está chegando ao fim, o fluxo de capital deverá começar a girar, movimento que o Brasil tem potencial de capturar”, avalia o executivo, em entrevista ao jornal Valor Econômico.
Zema diz que o Brasil precisa se preparar para receber esse novo fluxo de investimentos. “Não podemos nos desviar da agenda positiva e temos de lidar com um problema crônico de baixa produtividade no Brasil, algo que só se resolve com investimentos em educação, infraestrutura e reduzindo a burocracia e o risco Brasil”, afirma. Ele cita a necessidade do País se compromissar com o arcabouço fiscal, a Reforma Tributária, a Reforma Administrativa e o marco de regulamentação do crédito de carbono, e garante que tal agenda positiva permitiu o recente upgrade do Brasil por agências de classificação de risco. “Estou muito otimista para 2024”, garante o Presidente do Morgan Stanley no Brasil.