É quase unânime entre os cinco dos maiores bancos do país a expectativa de que o crédito imobiliário desacelerará em 2022. A exceção fica por conta da Caixa, que lançou um pacote de facilidades para o setor neste segundo trimestre do ano, visando um crescimento, este ano, maior do que o registrado em 2021.
A Caixa quer reverter, inclusive, a queda de sua participação no mercado no ano passado. De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), em 2021 o crédito imobiliário avançou 46%, chegando a R$ 255 bilhões, mas a Caixa teve redução da sua participação neste mercado, caindo de 69,3% para 66,5% do bolo. No primeiro trimestre deste ano, a Caixa alcançou um recorde de R$ 34,4 bilhões em contratações, 17,8% a mais que no mesmo período do ano passado.
“O imobiliário continuará sendo a principal carteira da Caixa. Não faltarão recursos, e vamos continuar crescendo com recursos próprios”, garantiu seu Presidente, Pedro Guimarães. Na passagem de abril para maio, a Caixa anunciou um pacote de facilidades para o financiamento à construção, com a reformulação do Plano Empresário, e medidas voltadas para os compradores de imóveis, como, por exemplo, carência em financiamentos.
Segundo o banco, a inadimplência do imobiliário subiu 0,55 ponto percentual em um ano, chegando a 2,35% ajudando a elevar a inadimplência consolidada do banco a 2,33% no primeiro trimestre. Mas Pedro Guimarães disse que a Caixa não está preocupada com isso, que não está retomando imóveis e que a prioridade é apoiar os clientes. O Bradesco, por exemplo, reduziu à metade a originação do crédito imobiliário entre o primeiro trimestre do ano passado e o mesmo período deste ano. Segundo seu Presidente, Octávio de Lazari Júnior, “80% da queda da originação se dá pela queda no imobiliário. Estávamos originando R$ 3 bilhões por mês, e estamos originando R$ 1,5 bilhão”.
Publicado em 01/06/2022