Após mais de 20 anos e com inauguração prevista para o 2º semestre do ano que vem, o Rio de Janeiro voltará a ter uma bolsa de valores para chamar de sua. No início de julho, o Prefeito da cidade, Eduardo Paes, reuniu a imprensa para anunciar que, enfim, a cidade terá de novo sua bolsa de valores, que será operada pelo Américas Trading Group (ATG), que pertence ao fundo de investimentos Mubadala Capital, dos Emirados Árabes Unidos.
Não foi definido, ainda, o local onde a bolsa se instalará. A prefeitura trata o fato como um marco no desenvolvimento da cidade, e especialistas dizem que para o investidor a novidade não trará grandes mudanças, mas a redução de impostos pode promover a chegada de grandes empresas à cidade maravilhosa. Isso porque a prefeitura oferecerá redução do Imposto Sobre Serviços (ISS) de 5% para 2% para as empresas aqui instaladas que operarem na bolsa carioca.
Paes disse que a nova bolsa de valores trará mais empresas do setor financeiro para a cidade, maior oferta de empregos, com salários acima da média, aquecimento de outros setores, como imobiliário, de serviços e gastronômico, aumento da oferta de empregos indiretos, aumento da arrecadação do ISS e previsão de novos investimentos para o município. Especialistas concordam, por conta do efeito multiplicador da iniciativa, a depender, claro, do volume de operações.
Operações como a venda de ações e derivativos realizadas por meio da B3, a bolsa de São Paulo, poderão ser feitas na bolsa carioca. Paes diz que a bolsa do Rio vai competir com a B3. No momento, informou o Prefeito, a bolsa do Rio está buscando as autorizações regulatórias junto ao Banco Central (BC) e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O Governo do Estado informou que oferecerá outros benefícios fiscais para os players da Bolsa do Rio, com redução, por exemplo, do ICMS para a instalação e operação de data centers e para a aquisição de equipamentos para o funcionamento deles em todo o estado.
– A volta da bolsa de valores é a ponta do iceberg. É o esforço do governador, prefeito, atores políticos. O setor privado percebeu que tem uma concorrência a ser feita com São Paulo. Começamos a criar um ambiente econômico, um conjunto de atrativos, de novos mercados que surgirão – definiu Eduardo Paes.