Embora ainda nem tenha terminado, 2024 deve ser confirmado como o melhor da história do alto padrão imobiliário no Brasil. De acordo com o estudo “Mercado imobiliário de luxo nacional”, da Brain Inteligência Estratégica, de janeiro a setembro imóveis das categorias luxo e superluxo (acima de R$ 1,5 milhão e de R$ 3 milhões, respectivamente) cresceram 10% no número de unidades e de valor geral lançados. O volume de unidades dessas categorias vendidas nas cinco regiões brasileiras saltou 20,8% em relação a 2023 e resultou em R$ 29,2 bilhões de VGV (18,2%).
Segundo Fábio Tadeu Araújo, CEO da Brain, 2024 tem sido o melhor ano da história para o mercado de alto padrão no Brasil, e dois fatores justificam o resultado: um PIB com crescimento de 3% ao ano, em média, desde 2021, e o apelo por qualidade de vida ainda muito forte na tomada de decisão na hora de adquirir um imóvel. “O comprador do alto padrão são empresários, na maioria, que estão lucrando mais nos últimos anos. Além disso, o desejo de viver melhor e com mais bem-estar, despertado pela pandemia, persiste até hoje”, garante o executivo.
Araújo destaca a região Centro-Oeste, que observou um crescimento de 83% no volume de unidades de luxo e superluxo lançados no terceiro trimestre do ano, se comparado ao mesmo período de 2023. Já as vendas nos dois segmentos tiveram alta de 62,6%, chegando a um VGV 74% superior. Ele garante que a região vive um boom imobiliário há alguns anos. “Tem a ver com a concentração da riqueza do agronegócio, que movimenta o mercado de alto padrão em capitais como Goiânia, Cuiabá e Campo Grande”, disse.
São Paulo apresenta os melhores resultados da região Sudeste. Até setembro, lançou 19,2% a mais de unidades habitacionais (4.667). O volume geral de lançamentos anotado no período foi de R$ 14 bilhões, 19,6% acima do mesmo período do ano anterior. As vendas, por sua vez, cresceram 12,3%, e o VGV ficou em R$ 15,8 bilhões (14,9%). Araújo explicou que os resultados só não foram ainda mais expressivos porque a prefeitura demorou a assinar o decreto da outorga onerosa. “O assunto só foi resolvido em junho, o que adiou muitos lançamentos para o segundo semestre”, lamentou.