Com o intuito de fomentar a liquidez desse mercado e permitir a diversificação de estratégias e o lançamento de novos produtos, a B3 lançou o primeiro derivativo ligado ao setor imobiliário. O contrato futuro de Ifix (índice de fundos imobiliários, os FIIs) aponta o desempenho médio das cotações dos FIIs negociados nos mercados de bolsa e de balcão organizado da bolsa.
O derivativo foi lançado em dezembro, e a Bolsa contratou o Credit Suisse em abril como formador de mercado. O objetivo foi mitigar uma eventual formação de preços artificiais e evitar um custo de liquidez exagerado para investidores, especialmente pessoas físicas, segundo a Gerente de Produtos Listados da B3, Thalita Forne. “Estamos evoluindo a prateleira de produtos do mercado de fundos imobiliários. Ao desenvolver a liquidez do índice futuro, nada impede o lançamento de opções sobre esse mercado”, disse ela.
No Brasil, mais de dois milhões de pessoas investem em fundos imobiliários. Até 2019 eram 600 mil investidores, o que aponta para um crescimento de 350% em praticamente três anos. De acordo com a B3, as pessoas físicas correspondem a 68% das negociações e a 74,4% da custódia destes ativos. Ainda segundo a B3, foram registradas 59,3 bilhões de negociações de FIIs em 2022, um volume de quase R$ 5 bilhões.
Thalita explicou que o futuro de Ifix é disponibilizado para negociação com vencimento nos meses pares. O tamanho do contrato é de R$ 10 a cada ponto do preço futuro do índice do mercado a vista, e tamanho mínimo de 3 mil pontos. O investimento mínimo é de R$ 30 mil, similar aos minicontratos futuros de Ibovespa e de dólar. “Não esperamos, no primeiro momento, que haja negociações de milhões de contratos do futuro de Ifix, mas esperamos números significativos, considerando o mercado de fundos imobiliários”, apontou ela.