Responsável por praticamente 70% do crédito imobiliário concedido no país, a Caixa Econômica Federal anunciou ao mercado que no final de setembro sua carteira de financiamento de imóveis alcançou a marca de R$ 812 bilhões, o que significa, segundo o banco, uma alta de quase 15% em 12 meses. Esse montante representa mais de 75% do saldo total de crédito concedido pelo banco, que chegou a R$ 1,2 trilhão. “Tínhamos uma expectativa de crescimento e essa carteira cresceu mais do que aguardávamos”, afirmou Carlos Vieira, Presidente da Caixa.
O banco se mostra, porém, preocupado com os riscos de esgotamento das duas principais fontes de financiamento da casa própria – o Fundo de Garantia do Tempo de Serviços (FGTS) e a poupança. “Há uma discussão na própria Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança e no governo sobre esses sinais de esgotamento. Precisamos ter outras alternativas, mas não tem bala de prata”, afirmou a Vice-presidente de Habitação, Inês da Silva Magalhães. Segundo ela, o banco atende muito bem a população de baixa renda, por meio do FGTS e do SBPE, mas precisa criar alternativas para a classe média.
De acordo com o portal Money Times, “até setembro, a Caixa desembolsou R$ 176 bilhões em crédito imobiliário, um avanço de 28,6% em relação a 2023. O banco tem 67,5% de participação neste mercado. Foram mais de 627 mil imóveis financiados em 2024”. Ao portal, Vieira disse que mesmo com o crescimento da taxa Selic, o banco superará os valores apurados este ano.
O Presidente da Caixa se disse muito satisfeito com um crescimento de 52,4% nas transações digitais do banco nos últimos 12 meses, com redução de 7,9% dos atendimentos físicos. “A Caixa não cuidou dessa parte tecnológica, essa é a verdade. Ela se acomodou nos anos 90. Ou a gente fazia isso agora ou ficaríamos para trás”, reconheceu ele, destacando a criação, esse ano, do Espaço GovTech, ambiente físico que atua como um hub de inovação, apoiando startups que inovam em soluções tecnológicos para políticas públicas.
Entre julho e setembro deste ano, a Caixa contabilizou um lucro líquido recorrente de R$ 3,3 bilhões. No ano, até setembro, o resultado é de R$ 9,4 bilhões. Segundo divulgou o Money Times, em setembro o retorno sobre patrimônio líquido (ROE) chegou a 9,3%, o que significa uma alta de 1,4% em 12 meses. A receita com prestação de serviços da Caixa cresceu 7,5% no terceiro trimestre do ano, somando R$ 7 bilhões. Em nove meses, a instituição financeira captou mais de R$ 20 bilhões com prestação de serviços, um crescimento de 7%. Foram originados, no total, R$ 163,4 bilhões em crédito no terceiro trimestre, um volume 12,8% maior que o registrado no ano passado. Em nove meses, foram R$ 465,5 bilhões, avanço anual de 15,3%.