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Bancos esperam um 2025 mais fraco para o crédito imobiliário

Alta da Selic e restrições no funding são os motivos apontados

Apesar dos ótimos números aferidos este ano, 2025 será um ano mais fraco para o crédito imobiliário. É o que esperam os bancos, que apontam a alta da Selic e a restrição de funding como os vilões de uma oferta menor. Os bancos chegaram a vislumbrar uma queda da taxa de juros ainda esse ano, o que não aconteceu e, acredita-se, demorará a acontecer.

Especialistas dizem que o problema já é bem conhecido no mercado: o aumento dos saques da poupança, principal funding do crédito imobiliário. A alta dos juros e as mudanças nas regras para emissão de letras de crédito imobiliárias (LCI), com a elevação do tempo de carência e aumento do custo de captação, pioram o quadro. “Não será em dezembro, mas ainda no primeiro trimestre de 2025 haverá uma diminuição do crédito imobiliário. O momento atual é positivo, mas, considerando a subida da curva longa de juros [taxas de juros futuros], a manutenção desse patamar alto de concessões nas taxas que o mercado tem absorvido é algo muito difícil de se manter” disse o Presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança, Sandro Gamba, em entrevista ao jornal Valor Econômico.

De acordo com a ABECIP, até setembro os financiamentos com recursos da poupança (SBPE) chegaram a R$ 136 bilhões, o que significa, segundo a entidade, um volume 19% maior que o contabilizado no mesmo período do ano anterior. Os financiamentos da casa própria com recursos do FGTS, por sua vez, tiveram neste período, alta de 47% (R$ 99 bilhões), e a ABECIP acredita que o montante total chegará aos R$ 300 bilhões, superando anos muito positivos, como 2021. Diante da alta de juros e da captação da poupança, os bancos, porém, começaram a se mexer em outubro para adequar o volume de concessão de crédito, subindo a taxa de juros dos financiamentos e adotando restrições ao crédito.

Os bancos defendem a redução de depósitos compulsórios pelo Banco Central. Já a ABECIP quer que as regras para emissão das LCI voltem aos moldes antigos, com redução de nove para três meses do prazo – no atual formato, o volume de emissões diminuiu e o custo das captações aumentou, reclama a entidade.

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