“A Caixa tem contratos pré-aprovados de R$ 20 bilhões para financiamento da casa própria com recursos da poupança, mas o total disponível dessa fonte de financiamento para distribuir soma R$ 3 bilhões. Para ‘‘proteger’’ esses interessados em financiar imóveis com taxas de juros mais baixas que as de mercado, a instituição está prorrogando esses contratos pré-aprovados até o final do prazo de validade, chegando até fevereiro e março de 2025”.
A informação é do jornal O Globo, revelando que “clientes têm reclamado de atrasos para a concretização dos contratos de financiamento com taxa de juros de 12% dos recursos da poupança. A Caixa praticamente esgotou a meta de contratações de R$ 70 bilhões desses recursos para 2024”. Ao jornal, a Vice-presidente de Habitação do banco, Inês Silva Magalhães, explicou: “A Caixa estabeleceu novos limites de financiamento. Como medida de proteção às pessoas (que tem contratos pré-aprovados) está dando prazo de validade maior para concretizar seus contratos. Não queremos derrubar as operações em curso”.
A executiva explicou que os R$ 20 bilhões de contratos pré-aprovados através de simulação “não necessariamente se materializam em financiamentos, já que é preciso avaliação do imóvel, se está compatível com a garantia, por exemplo”. Por sua vez, o Vice-presidente de Finanças da Caixa, Marcos Brasiliano Rosa, disse que por conta dos quase 70% de participação do mercado de financiamento imobiliário, há uma percepção de que é a Caixa que precisa encontrar uma solução para a limitação de recursos da poupança. Mas que este é um problema de todos os bancos que atuam no segmento do crédito imobiliário.
Ao O Globo, Brasiliano revelou que o funding da Caixa registrou, em 12 meses, alta de 18%, com 5,6% de crescimento no trimestre, chegando a R$ 1,6 trilhão. O saldo da poupança se recuperou no trimestre, com alta de 8,1% chegando a R$ 381 bilhões. A Caixa tem 37,4% do share de poupança – informou o jornal.
O banco estatal busca alternativas para captação de recursos para o financiamento imobiliário, e uma delas é a redução do depósito compulsório. A Caixa defende uma redução de 5%, e garante que tal medida não impactaria na inflação e traria resultados imediatos. Essa decisão, porém, depende do Conselho Monetário Nacional (CMN). Estuda-se, também, a criação de um papel para incentivar investidores institucionais, como fundos de pensão, a apostar no financiamento habitacional.