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CBIC: setor imobiliário deve fechar o ano com um crescimento de 5% a 10% no total de unidades comercializadas

No entanto, entidade alerta que retomada pode ser ameaçada pelo desabastecimento

Em uma longa entrevista ao portal UOL, o Presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Rodrigues Martins, disse que a indústria da construção civil brasileira poderá fechar 2020 com crescimento graças ao desempenho do setor imobiliário, mas alertou que essa retomada pode ser ameaçada pelo desabastecimento de material de construção civil. “Enfrentamos um sério problema chamado desabastecimento, com todas as suas consequências. A primeira consequência é o preço. Se tem desabastecimento, o preço pode subir. A segunda consequência é o ritmo da obra, que diminui”, destacou ele.

Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com 1,8 mil empresas de 27 diferentes setores, na primeira quinzena de outubro, revela que 68% dos empresários reclamaram da falta de algum material para produção, sendo que 82% deles disseram que os preços das matérias-primas subiram. Ainda assim, Martins acredita que o setor fechará o ano com um balanço positivo graças ao segmento imobiliário, formado pelos empreendimentos residenciais e comerciais. A CBIC informou que as vendas vêm subindo desde junho e o setor já abriu 140 mil postos de trabalho esse ano.

– A crise deixou as pessoas mais tempo em casa, e por isso passaram a dar mais valor ao lar. Por isso, resolveram investir em imóvel. Além disso, a taxa de juros está baixa, o que faz do imóvel um ativo real que surge como opção de investimento com potencial de valorização real – afirmou o dirigente. Segundo ele, o setor imobiliário deve fechar o ano com um crescimento de 5% a 10% no total de unidades comercializadas.

Martins disse que há, ainda, muito que recuperar:

– Já tivemos 3 milhões de trabalhadores com carteira assinada, lá em 2014. Então, tem uma diferença grande ainda a ser recuperada. Para isso, precisamos que outros setores além do imobiliário recuperem o atraso. Estou falando da área de infraestrutura, por exemplo, onde as concessões públicas não andaram e as obras públicas estão muito lentas. A expectativa ainda é positiva. Até porque o setor terá de entregar o que já vendeu neste ano em lançamentos. Além disso, conquistas, como as vendas pelo canal digital, vão continuar a ajudar o setor a vender mais. Por outro lado, precisamos remover alguns gargalos para não sofrer a pressão de custos e de abastecimento na cadeia – afirmou ele, em entrevista ao portal UOL.

Publicado em 01/12/2020

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