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INCC no acumulado de 12 meses encerrados em outubro é de 5,99%

Alta dos preços da matéria-prima e escassez de mão de obra são os principais desafios do setor

A aceleração dos custos tem sido um dos maiores desafios da indústria da construção civil em 2024. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) no acumulado de 12 meses, encerrados em outubro, foi de 5,99%, de acordo com a FGV/Ibre. O índice do acumulado até novembro ainda não foidivulgado, mas espera-se que fique em torno de 6,08% – no mesmo período, em 2023, o índice foi de 3,26%.

Economista-chefe da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e do Sinduscon-MG, Ieda Vasconcelos lembra que a alta acontece sobre um custo já elevado, pressionando ainda mais o setor desde os tempos da pandemia. “De janeiro de 2020 até hoje, o INCC teve aumento de mais de 40%, enquanto a inflação no período foi cerca de 32%. O INCC acumulado já está muito superior ao que nós temos, inclusive, projetado para a inflação deste ano, que está batendo na casa de 4,4%. Ao contrário do que aconteceu no ano passado, o custo volta a crescer acima da inflação”, afirmou ela.

Ieda acrescenta, ainda, a escassez de mão de obra, que pressiona ainda mais o setor. Ela lembra que na sondagem mensal realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) junto ao setor a dificuldade na contratação de mão de obra é apontada como o maior desafio das construtoras. E mais: esta dificuldade se relacionava apenas à mão de obra especializada, mas agora também está difícil contratar mão de obra não qualificada. “Isso se deve a esse momento pelo qual o mercado de trabalho está passando, que é de um aquecimento mais geral. Há vários setores com dificuldade de contratação. Temos a taxa de desemprego em baixa e isso dificulta a contratação, não só da mão de obra especializada”, explicou ela.

Ana Maria Castelo, economista da FGV/Ibre, concorda. “Temos dois componentes: o componente de mão de obra é o que realmente está pressionando mais, com alta de quase 8% em 12 meses. Mas agora os materiais também começaram a subir — ao contrário do ano passado, quando eles tiveram uma ligeira estabilidade, neste ano já temos elevação equivalente à inflação. Não temos então essa mitigação que tivemos no ano passado, com o comportamento muito benéfico dos materiais. Os materiais estão subindo também e, com isso, impulsionando os custos”, disse.

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