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Incorporadora Rossi propõe pagar credores daqui a 40 anos

Companhia condiciona o pagamento à retomada de empreendimentos, o que não acontece há dez anos

Com uma dívida de R$ 1,319 bilhão, com mais de dez mil credores, a incorporadora Rossi disse que sua capacidade de pagamento é condicionada à retomada de empreendimentos imobiliários, o que não acontece há dez anos. A companhia propõe pagar seus credores com novos projetos, em um prazo de 40 anos.

  A Rossi apresentou ao mercado uma nova versão de seu plano de recuperação judicial. Há algumas opções de quitação, entre as quais a mais abrangente oferece o pagamento da dívida integral, em parcela única, corrigida pela Taxa Referencial (TR). Um detalhe: esse pagamento acontecerá daqui a 40 anos, ou seja, em 2063. A incorporadora está certa de que tal proposta contemplará 73% do valor total da dívida, em um total de R$ 964 milhões. Vale ressaltar que tal oferta vale apenas para credores das classes 2 e 3 do  processo de recuperação judicial, no caso  bancos, empreiteiros, fornecedores e clientes. Estão fora da proposta credores trabalhistas e as pequenas e médias empresas, que terão opções de receber valores em prazos menores.

 A incorporadora condiciona o pagamento à retomada dos lançamentos, que não acontecem há dez anos. A ideia é vender apartamentos, salas comerciais e terrenos em estoque, o que será insuficiente, daí a previsão da retomada de novos projetos a partir de 2026. De acordo com o estudo de viabilidade econômica da Rossi, realizado pela consultoria Meden e assinado pelos sócios-diretores Antonio Luiz Feijó Nicolau e Lucas Pasqualini de Lima, “a ideia é que novos lançamentos complementem o pagamento devido aos credores e permitam também uma retomada da companhia com entrada de novos investimentos”. Tal estudo lista 79 empreendimentos potenciais para lançamentos.

A Rossi não pretende tomar mais dinheiro ao longo desse processo, a exceção de financiamentos por meio do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Especialistas dizem que é um plano arriscado porque muito dificilmente os bancos liberarão crédito imobiliário para a incorporadora. A Caixa, por exemplo, é a maior credora individual da companhia, com uma dívida de R$ 456 milhões. Desse total, apenas R$ 88,7 milhões (19,5%) contam com garantias reais.

Os termos propostos pela incorporadora dependem de aprovação dos credores. “Com base nas análises realizadas, as projeções dos demonstrativos financeiros apresentadas no plano apresentam capacidade de geração de caixa suficientes para a cobertura do programa de pagamento aos credores e continuidade operacional, suportando a viabilidade econômico-financeira da Rossi, garantindo, assim, a preservação da empresa como geradora de riqueza, tributos, renda e emprego”, garante a consultoria Meden.

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