“Os recursos estão no limite da capacidade de financiamento da habitação. Em 2024, a questão da habitação está resolvida. Em 2025, não sabemos”. O alerta foi dado pelo Presidente da Caixa, Carlos Vieira, na coletiva de imprensa, em 21 de maio, organizada pelo banco para divulgação dos seus resultados financeiros no primeiro trimestre do ano.
Vieira disse que a Caixa enfrenta um dilema: conquistar mais fontes de recursos para realizar o sonho da casa própria do brasileiro, mas diante do encolhimento da poupança a opção é buscar captações de mercado, que são, no entanto, mais caras. Segundo ele, é preciso criar mecanismos para reduzir o custo de capital para a linha de financiamento habitacional, que tem forte efeito multiplicador na economia.
O executivo aproveitou a coletiva para cobrar do Governo medidas em três frentes: desenvolvimento do mercado secundário de crédito imobiliário, estímulo da participação de fundos de pensão no setor e, por último, destino de recursos dos depósitos compulsórios dos bancos à linha de financiamento habitacional. Sobre esses três temas, ao menos por ora, apenas o primeiro está sendo trabalhado pelo Governo, com a recente edição de medidas do Ministério da Fazenda para fomentar a negociação de carteira de imóveis.
De acordo com o Presidente da Caixa, as concessões de crédito imobiliário continuam fortes, mesmo diante da limitação do funding. Vieira informou que o banco tem liberado, em média, 2,8 mil novos financiamentos todos os dias. E adiantou que a Caixa está se preparando para emitir no exterior títulos verdes, que o valor dependerá do interesse dos investidores e que essa pode ser uma possível nova fonte de recursos.
Nos primeiros três meses do ano a Caixa alcançou um lucro líquido de R$ 2,883 bilhões, o que representa, segundo a instituição financeira, um crescimento de 49% em um ano. Vieira anunciou, na entrevista coletiva, que o banco projeta para esse ano um crescimento de 7% a 11% na sua carteira de crédito, mas na habitação a alta deve ser de 8% a 12%.