As operações de portabilidade de financiamento imobiliário estão em alta, por conta da crise financeira e do recuo da taxa de juros. De janeiro a julho deste ano, foram 8,7 mil pedidos efetivados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e pelo Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), o que representa um crescimento de 625% em relação ao mesmo período do ano passado. Na ocasião, foram apenas 1,2 mil operações, segundo o Banco Central.
Os números de pedidos são ainda maiores. Neste mesmo período deste ano, foram registradas 26,5 mil solicitações e o saldo portado atingiu a marca de R$ 3 bilhões. “O contexto atual de juros, associado à entrada de novos participantes, contribui para a melhoria das condições de oferta de crédito, tanto para novas operações como para a portabilidade. Em muitos casos, para não perder um bom cliente, o credor busca a renegociação das condições do crédito ao receber uma demanda de portabilidade”, informou a área técnica do Banco Central, por meio de nota.
Uma simulação feita pela plataforma imobiliária Kzas, a pedido do G1, revela que a portabilidade de um financiamento imobiliário no valor de R$ 700 mil pode gerar uma economia de até R$ 245 mil em 25 anos. “A portabilidade é uma das brigas mais importantes dos bancos porque se o mutuário for bem atendido, ele é fidelizado. Além disso, o risco é baixo porque existe um ativo inerente à operação”, disse ao G1 o fundador da Kzas, Eduardo Muszkat. Segundo ele, a portabilidade só é válida para o mutuário quando o prazo de duração do contrato for longo, o suficiente para os juros serem distribuídos pelas parcelas e a economia feita efetivamente cobrir os gastos com vistoria e documentação.
Publicado em 03/11/2020