O Brasil já tem sua primeira fábrica automatizada de prédios em operação. Trata-se de uma fábrica localizada em Cascavel, no Paraná, que está apta a fabricar 4,8 mil apartamentos por ano e está sendo utilizada para a construção de um bairro integrado com 36 edifícios. O complexo industrial ocupa uma área de 180 mil m², e a produção segue a mesma ideia da linha de montagem de veículos pela indústria automotiva: estruturas de concreto pré-moldadas de paredes, lajes e pisos, com hidráulica e elétrica incluídas, saem prontas da fábrica e são conectadas sobre a fundação, no canteiro de obras.
O idealizar do projeto Ecoparque Bairros Integrados, o empresário Francisco Simeão, diz que a produção em escala é a única forma de baixar custos na construção civil. “Tem que industrializar a construção civil. Fazer em escala é o único jeito de baixar custos. A produção é descarbonizada, praticamente não gera perdas ou resíduos. E toda a água utilizada para lavar os equipamentos é tratada e reaproveitada para limpeza dos pátios e a manutenção dos jardins”, diz ele, informando que o investimento no complexo industrial foi de R$ 200 milhões e mais R$ 200 milhões custearam a compra do terreno e a produção dos três primeiros prédios do bairro planejado.
Segundo Simeão, a fábrica operará com apenas 10% de sua capacidade em seu primeiro ano de funcionamento, focando em ajustes e treinamento de pessoal. O empresário prevê entregar, até o final do ano, três prédios com 360 apartamentos no total. Ele garante que uma torre de 120 apartamentos levaria algo em torno de dois anos para ser entregue, na construção civil convencional – na metade desse tempo, a fábrica entregará um resultado três vezes maior. No ano que vem a fábrica deve operar com 50% de sua capacidade, chegando ao limite a partir de 2026. Simeão destaca, ainda, a diminuição do índice de desperdício, que historicamente fica na faixa de 15% a 30% e, com o método inovador, deve cair para 3%.
O empresário disse que a fábrica de Cascavel é um verdadeiro teste para o grupo e que até 2029 pretende construir mais 20 unidades. Ele estuda levar o complexo industrial para 12 estados, entre os quais São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais até 2029. A fábrica utiliza equipamentos alemães Vollert.