Levantamento promovido pela Loft em outubro, em parceria com a Offerwise, com 1.200 pessoas que residem nas principais capitais do país, revelou que quase metade dos brasileiros pretende gastar até R$ 350 mil na aquisição de um imóvel enquanto os vendedores pretendem receber algo em torno de R$ 351 mil e R$ 800 mil. A pesquisa mostra, também, que 62% dos vendedores responderam que estariam dispostos a oferecer descontos, sendo que 40% deles abririam mão de até R$ 50 mil do valor total do imóvel.
E mais: de acordo com a pesquisa, a maioria dos entrevistados pretende adquirir um imóvel por meio de financiamento bancário, especialmente com apoio de programas governamentais, como o Minha Casa, Minha Vida. O perfil predominante dos compradores que querem comprar unidades habitacionais de até R$ 350 mil é composto por jovens das gerações Millennial e Z, entre 25 e 34 anos, pertencentes às classes B, C e D/E. Clientes da classe A têm orçamento entre R$ 801 mil e R$ 2 milhões e, em sua maioria, têm entre 45 e 54 anos, e querem fazer o pagamento com recursos próprios.
Gerente de Dados da Loft, Fábio Takahashi diz que essa substancial diferença entre compradores e vendedores pode prolongar as negociações e criar obstáculos para as vendas. “Ainda que haja boa vontade para fechar um acordo imobiliário, essa disparidade entre o que se espera receber e o que se espera pagar pode levar a um tempo maior de negociação entre as partes, tornando o processo mais demorado. O ideal é que houvesse mais informações claras no mercado imobiliário brasileiro, a fim de que as expectativas, tanto do cliente quanto do vendedor, estejam alinhadas com a realidade. Essa é uma das intenções que tivemos ao fazer essa pesquisa”, disse ele.
Outra relevante pesquisa, utilizando o ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis) como fonte, mostra que o preço médio das vendas nas cidades contempladas é de R$ 605 mil, dentro da faixa de valor considerada atraente para a maioria dos vendedores, porém bem acima do que os compradores querem investir. Os preços mais altos estão em São Paulo e no Rio de Janeiro: as vendas médias são de R$ 681 mil e R$ 639 mil, respectivamente. Em Porto Alegre o valor médio foi de R$ 562 mil e na capital de Minas Gerais, R$ 537 mil.