A tokenização tem potencial para “remodular” o mercado imobiliário e criar um setor de US$ 4 trilhões até 2035. É o que aponta um relatório produzido pela consultoria Deloitte, cuja conclusão é de que a incorporação de ativos do mundo real em redes blockchain vai ser um “pilar” dos processos de financiamento, compra e venda de bens imobiliários. Hoje se estima que o segmento de imóveis tokenizados é de um pouco menos do que US$ 300 bilhões.
A projeção estabelecida pela Deloitte significaria uma taxa de crescimento anual média de 27% para esse segmento ao longo da próxima década. O primeiro US$ 1 trilhão seria, assim, alcançado em 2032, com um avançado crescimento a partir daí. A consultoria acredita que a tokenização de ativos do mundo real representa uma intersecção entre a tecnologia dos criptoativos e o mundo das finanças tradicionais, criando uma “versão digital” de ativos já existentes, com grande impacto sobre o setor imobiliário.
De acordo com o relatório da Deloitte, a tokenização traz eficiência operacional e é, fundamentalmente, uma forma mais ligeira e barata de se fazer negócios com imóveis. Assim, a medida ampliaria – e muito – o acesso da população ao mercado imobiliário. A ideia é automatizar e simplificar processos financeiros complexos, incluindo, aí, o lançamento de fundos imobiliários e a gestão dos investimentos e participações em imóveis.
A Deloitte acredita que a adoção desta tecnologia deve acontecer em três etapas: tokenização de fundos imobiliários, tokenização de empréstimos e, finalmente, a tokenização de projetos em construção ou em desenvolvimento. Apenas a tokenização de crédito pode chegar a US$ 2,9 trilhões até o final de 2025. Os maiores desafios, aponta a consultoria internacional, serão a regulação e questões de segurança e custódia.