A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) informou que as vendas de imóveis novos nos primeiros nove meses do ano cresceram 8,4% se comparadas ao mesmo período do ano passado. De acordo com a entidade, de janeiro a setembro foi registrada uma redução de 27,9% nos lançamentos de imóveis e uma redução de 13% na oferta, na comparação com o mesmo período de 2019. “Em relação ao 2º trimestre de 2020, os lançamentos no 3º trimestre subiram 114,1%. Apesar do grande aumento, os números ainda não compensam as perdas do 1º semestre”, informou a CBIC, por meio de nota distribuída à imprensa.
A CBIC acredita que a não recuperação do volume de lançamentos represados em função da pandemia do novo coronavírus, mesmo diante da tendência de crescimento nas vendas, pode ser um indicativo de cautela por parte das empresas, em função do aumento de custo dos insumos. “A primeira constatação é que apesar do aumento dos lançamentos no 3º trimestre deste ano, eles ainda não foram suficientes para recuperar toda a perda do primeiro semestre, que foi de 44%. Mas a nossa maior preocupação reside no desabastecimento de insumos. A lei da oferta e procura, o aumento de preço e o atraso de entregas geram dificuldades de manutenção do cronograma de obras. Se isso não for resolvido, pode gerar um temor para o setor”, afirmou o Presidente da CBIC, José Carlos Martins.
O Presidente da entidade destacou, ainda, que o ano está marcado pelo aumento de vendas, pela redução de lançamentos e pela consequente redução de oferta. “Apesar da crise, prevejo que no ano que vem as atividades do setor como PIB, geração de emprego e renda vão se manter em função do que foi vendido agora. No geral, o setor está em um momento interessante, mantendo empregos, além de ter criado 100 mil novos postos de trabalho. Ano que vem continuaremos crescendo e essa é nossa contribuição para esse momento difícil”, disse ele.
Sobre o programa habitacional Casa Verde e Amarela (CVA), a CBIC informou que no terceiro trimestre do ano sua representatividade sobre o total de lançamentos foi de 54,7%. Essa participação cai para 53% sobre o total de vendas e na oferta final o número de imóveis do CVA representou 44,0% do total. “O mercado hoje depende quase que 75% do FGTS e do (programa) Casa Verde e Amarela. São entre 400 mil e 450 mil unidades por ano que possibilitam a aquisição da primeira moradia através do programa”, destacou o Vice-Presidente da entidade, Celso Petrucci. Segundo ele, tais números comprovam a importância do CVA para o mercado imobiliário em todo o país.
A CBIC revelou, ainda, dados de uma pesquisa que avalia a intenção de compra de imóveis por parte dos consumidores brasileiros. De acordo com esta pesquisa, a intenção subiu 15% em outubro, superando patamares anteriores à pandemia.
Publicado em 01/12/2020