Prédios butique residenciais, condomínios de casas na capital e no interior, empreendimentos collabs com marcas internacionais, apartamentos com plantas mais eficientes e imóveis para locação. Estas são as apostas do mercado imobiliário paulista de alto padrão para 2025, segundo reportagem do jornal Valor Econômico. São produtos que já fizeram bastante sucesso ao longo de 2024, revelando tendência, e que se repetirão ao longo deste ano, de acordo com os especialistas consultados pelo jornal.
Os prédios boutiques, por exemplo, apresentam alta demanda no mercado. São caracterizados por uma ou duas suítes, poucas unidades por empreendimento, uma arquitetura diferenciada, até mesmo ousada, e ocupam, em geral, terrenos pequenos. “Eles seguirão como protagonistas na capital. A cidade tem 55 mil imóveis em estoque, 81% deles com até 65 metros quadrados, o que engloba esse tipo de projeto”, garantiu Cyro Naufel, Diretor de Relações com Investidores da Lopes, ouvido pela reportagem do Valor. Segundo ele, o incorporador precisa de uma análise muito criteriosa da localização e da qualidade da infraestrutura, antes de lançar este tipo de empreendimento.
Também consultado pelo jornal, Marcello Romero, CEO da Bossa Nova Sotheby’s, acredita que o segmento de casas de luxo, impulsionado desde os tempos de pandemia, continuará a ter destaque, tanto na capital como no interior. O segmento oferece espaço, conforto, contato com a natureza e segurança. “Os condomínios horizontais vieram para ficar e, neste ano, deverão ganhar novos produtos, com a entrada de incorporadoras no segmento. As empresas têm fechado a conta: o valor das casas é alto, algumas são negociadas por R$ 30 milhões. É um mercado que tem crescido bastante em bairros com oportunidade de formação de áreas maiores, como Cidade Jardim, Jardim Guedala e Alto de Pinheiros”, exemplificou Romero.
O executivo ressalta, ainda, o boom da segunda residência, em loteamentos localizados até 120 quilômetros da cidade de São Paulo. “No geral, esse é um investimento que deve seguir com um upside muito interessante quando se compara o custo do terreno e da construção vis-à-vis ao valor da casa já pronta”, disse ele.
Para aqueles que buscam uma renda a mais, por meio da locação, “a alta dos juros da economia somada a uma provável escalada dos preços dos imóveis deverá levar muita gente a buscar aluguel em São Paulo. Assim, comprar imóveis para renda passa a ser ainda mais interessante para quem busca diversificar o portfólio de investimentos”, aponta o valor Econômico. É importante destacar que os preços dos aluguéis observaram uma alta de 11,41% até outubro passado, segundo o Índice FipeZap, bem acima do IPCA/IBGE (4,2%) e do IGP-M/FGV (3,8%) no período. “O segmento tem se tornado mais profissional também, com empresas e produtos destinados exclusivamente para locação. Isso vem elevando a qualidade dos empreendimentos e atraindo mais gente para esse modelo de moradia”, pontua Naufel.
Os especialistas destacam, ainda, os empreendimentos construídos por meio de parceria com marcas de luxo, o chamado empreendimento collab. “É algo que gera desejo nos clientes”, garante Romero. “Investidor, construtor e vendedores precisam entender o que é o alto padrão. Caso contrário, o risco de decepção na entrega é grande”, pondera ele.