O Banco Central discute, internamente, um novo formato de funding para o crédito imobiliário, diante do saque líquido cada vez maior da poupança, mas não divulgará, por ora, quais medidas estão sendo debatidas. É o que garantiu o Diretor de Fiscalização do Bacen, Ailton de Aquino, pontuando que não há nenhum avanço sobre a possibilidade de liberação de parte dos recursos da poupança que hoje estão retidos em depósitos compulsórios.
“A gente precisa repensar o funding do sistema financeiro e a gente precisa até trazer um novo olhar do que seja funding, o que seja esse desenho que a gente vem construindo até hoje no compulsório de poupança. Estamos estudando outra forma de financiar [o mercado imobiliário]. Não vou antecipar nada, mas temos estudos em curso e debates com a indústria. Os debates continuam, os estudos sempre vão continuar no Banco Central no que toca ao crédito imobiliário, compulsório é um item que está na mesa, mas provavelmente não temos horizonte para nenhuma manifestação clara acerca desse ponto”, disse o Diretor, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.
No seu relatório de estabilidade financeira, o Bacen informou que a poupança contabilizou no primeiro semestre do ano um leve crescimento de 3%, aproximadamente igual ao do rendimento médio do estoque, mas segue como ponto de atenção para o funding do crédito imobiliário. Segundo o documento, foi observada uma redução no ritmo de crescimento das carteiras de LCI (Letra de Crédito Imobiliário) – 3% no semestre atual, ante 20% no relatório anterior – após mudanças nas regras impostas pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).