Em entrevista para o Estadão/Broadcast, o Vice-presidente de Negócios de Atacado da Caixa, Tarso de Tassis, disse que o banco estatal irá abrir uma nova frente de atuação no mercado imobiliário, atuando além da concessão de empréstimos para a compra e a construção de imóveis. A ideia da Caixa, revelou o executivo, é utilizar o seu banco de investimento para estruturar operações no mercado de capitais que sirvam como alternativas de crédito para construtoras e que possam ser oferecidas a investidores institucionais especializados no setor.
“Reunimos vários produtos de mercado de capitais já existentes. O foco principal é fechar o ciclo de tudo que envolve financiamento imobiliário”, disse Tassis. Segundo ele, o plano de ação da Caixa tem três grandes eixos: a emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), que consistem em financiamento com lastro nas receitas das construtoras com vendas de apartamentos, distribuição de dividendos e crédito a clientes, entre outros; assessoria financeira a empresas de construção na captação de recursos para aquisição de terrenos, conclusão de obras ou empréstimo ponte, entre outros; e, finalmente, assessoria a investidores institucionais na busca de oportunidades de aportes em empresas do segmento, como desenvolvimento de fundos, permuta de terrenos ou injeção de capital em empreendimentos.
“Vamos centralizar todos os produtos já existentes em cada uma dessas áreas para apresentarmos não só a investidores, mas também aos nossos clientes (construtoras). Muitas vezes, os produtos já estão próximos das construtoras das grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro. Mas a Caixa conhece o mercado imobiliário do País inteiro e pode conectar o capital a empresas de várias regiões”, explicou o executivo.
Tassis contou que a Caixa já tem 19 operações em andamento e uma concluída, mas não revelou o valor movimentado nessas operações de crédito. A única pista dada foi de que os empreendimentos têm potencial de vendas estimado em mais de R$ 2,3 bilhões. O VP disse que no ano que vem a Caixa pretende promover mais 20 operações e, em 2026, outras 40. “Se funcionar, vamos acelerar. Se não funcionar, vamos revisar”, complementou o Superintendente de Mercado de Capitais, Marco Buzzo.