O Vice-presidente de Finanças e Controladoria da Caixa, Marcos Brasiliano Rosa, disse, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, que há um superaquecimento da demanda de financiamento da casa própria com recursos da poupança por conta do aumento da liquidez das famílias brasileiras. “2024 foi um ano bem diferente daquilo que tínhamos imaginado. Nós tivemos em dezembro do ano passado o pagamento de precatórios, que botou alguns bilhões na praça —inclusive aqui na Caixa. E, quando falamos de emprego e renda, o desemprego está lá embaixo e a renda do trabalhador está aumentando”, disse.
Segundo Rosa, o banco estuda uma nova linha de financiamento para atender o público que ficou desassistido com as mudanças anunciadas recentemente – maior entrada para o financiamento e redução do valor do imóvel financiado. O executivo diz que o novo modelo de crédito será pelo SFI (Sistema Financiamento Imobiliário), com juros de mercado. Não há, no entanto, data de lançamento da nova linha.
A Caixa estabeleceu um orçamento em torno de R$ 75 bilhões para contratações de crédito imobiliário com recursos da poupança em 2024, e a dois meses do fim do ano R$ 63,5 bilhões já tinham sido consumidos. Rosa explicou que as medidas anunciadas para a compra de imóveis pelo SPBE tinham por objetivo viabilizar a divisão da parcela restante, de cerca de R$ 11,5 bilhões, por um número maior de concessões.
“A demanda do crédito como um todo, mas em especial do crédito imobiliário, aumentou de maneira significativa, e o mercado, na questão do SBPE, não tem condição de absorver essa demanda toda. É natural a Caixa, até por ter as taxas mais baratas e já controlar praticamente 70% [dos financiamentos imobiliários], ficar com a maior demanda represada, que é o excedente daquilo que a gente se propôs a fazer”, disse, à Folha.
O Vice-presidente garantiu que a Caixa cumprirá com o orçamento definido para as contratações de financiamento imobiliário com recursos da poupança em 2024, e “até um pouco mais”, mas não revelou o quanto.