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Fundos Imobiliários acumulam desvalorização em 2024

Os fundos imobiliários não acompanharam a evolução do setor, apresentando desvalorização de 5,09% (recebíveis imobiliários) e 15,30% (lajes corporativas)

O mercado imobiliário experimentou um crescimento significativo no ano passado, e os números revelam a pujança do setor: o preço dos imóveis cresceu 7,7%, segundo a FipeZAP, superando o IPCA de 4,64%, e o segmento da construção civil avançou 4,1%, com geração de 230 mil novas vagas formais de janeiro a outubro. Os fundos imobiliários (FIIs), entretanto, não acompanharam tal evolução, acumulando uma desvalorização de 5,09% (recebíveis imobiliários) a 15,30% (lajes corporativas) ao longo do ano passado, segundo o Monitor Mercantil.

“As cotas de fundos estão sendo negociadas no mercado secundário a valores muito baixos, como é o caso dos fundos de tijolo. Tem havido um descolamento entre os valores dos portfólios dos fundos e seus custos de produção e isso é um grande ponto de atenção para o mercado de FIIs”, explicou o CEO da gestora de fundos imobiliários Galoppo, Claudio Algranti, em entrevista ao Monitor.

O Head de Desenvolvimento e Portfólio da gestora, Fernando Moliterno, acrescenta que o constante aumento da Selic leva o investidor a apostar mais no mercado de renda fixa. “Muitas pessoas acabam não olhando para os fundos imobiliários enquanto não sentirem que há de fato uma melhora na economia. Porém, mesmo no cenário atual é possível conseguir ganhos de capital significativos, inclusive em comparação com outros investimentos de renda fixa”, ressalta ele, lembrando que os FIIs de tijolo apresentam um retorno acima de 10% ao ano, enquanto os de papel acima de 13% ao ano.

Algranti disse ao Monitor Mercantil que os fundos de tijolo são um bom investimento a longo prazo, pois suas cotas são negociadas com descontos em relação ao valor patrimonial. “É muito importante avaliar a qualidade dos ativos que compõem a carteira do fundo. Níveis de vacância e inadimplência são fatores a serem analisados. Em FIIs de tijolo, a principal análise é a adequação dos valores pagos e dos valores de locação em relação ao praticado no mercado. Se os valores estiverem muito descolados, podem haver ajustes importantes ao longo do tempo, o que pode garantir uma boa rentabilidade”, acredita.

A expectativa de Head de Desenvolvimento e Portfólio é que 2025 apresente um baixo crescimento dos FIIs, devido a baixa liquidez no mercado e da pouca captação de novos recursos. Porém é otimista quanto ao futuro. “Entendemos que no segundo semestre a liquidez começa a melhorar e inicia-se um novo ciclo de captações com os follow ons dos FIIs existentes”, finaliza Moliterno.

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