Em 2023, o mercado imobiliário obteve o seu segundo melhor ano da série histórica, alcançando a marca de R$ 251 bilhões em financiamentos imobiliários. Para a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (ABECIP), o resultado foi impulsionado principalmente pelos financiamentos via FGTS, que cresceram nada menos do que 59% no ano.
As perspectivas para 2024 são as melhores possíveis, acredita o setor. Segundo o Presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz França, um indicativo muito promissor é a aprovação de um orçamento de R$ 105 bilhões pelo Conselho Curador do FGTS para a área da habitação popular. “Se as atuais condições forem mantidas, teremos mais um ano favorável para a habitação de baixa renda, o que contribuirá para a redução do desemprego nesse segmento”, garante ele.
Tais números acabam por se disseminar por todo mercado imobiliário. De acordo com a empresa de consultoria Elos Ayta, empresas do setor cresceram 64,6% na Bolsa de Valores, no ano passado, três vezes mais do que o índice Ibovespa, que teve uma alta de 22,3%. Já a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) diz que tal cenário está exigindo das construtoras a contratação de profissionais qualificados, que, aponta a entidade, deverá apresentar uma alta significativa em contratações no segundo semestre do ano.
Maior mercado imobiliário do país, a cidade de São Paulo deve receber 818 novos empreendimentos este ano, em um total de 150 mil unidades habitacionais, aponta um estudo da Data Lello. Segundo o indicador Abrainc-Fipe, de janeiro a outubro do ano passado a venda de imóveis novos cresceu 23,5%, se comparada ao mesmo período de 2002. “Esse cenário, aliado à redução do desemprego e a uma inflação mais controlada, é um importante impulsionador para o crescimento do setor, devendo aumentar a procura da compra de imóveis para investimentos em 2024”, acredita França.