A poupança vem dando sinais de recuperação, reduzindo o temor da Caixa sobre a falta de recursos baratos para o financiamento imobiliário. Em junho, o saldo do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), parte da poupança usada para o crédito imobiliário, chegou a R$ 762,5 bilhões, o maior patamar desde o fim de 2022.
O ingresso líquido, em junho, foi de R$ 8,8 bilhões – o mais alto no período desde 2020, ano que a poupança teve recorde por conta da pandemia do novo coronavírus. No acumulado de 2024, a saída líquida de recursos foi a menor dos últimos quatro anos – R$ 8 bilhões (para efeito comparativo, nos primeiros seis meses do ano passado o rombo foi de R$ 54,5 bilhões).
Por sua vez, a emissão de Letra de Crédito Imobiliário (LCI) vem caindo desde fevereiro. Esse movimento acontece ao mesmo tempo em que o Governo Federal aumentou o prazo mínimo de vencimento, de 90 dias para um ano. A redução mensal de novos títulos é, em média, da ordem de 60%. “Essa medida afeta a nossa captação em LCI, mas tem um colateral interessante. As pessoas que não se aventuram no mercado vão para a poupança. O poupador brasileiro é de liquidez imediata”, avalia o Vice-presidente de Finanças da Caixa, Marcos Brasiliano, para quem o pagamento de precatórios é mais um fator importante para a recuperação da poupança.
O Presidente da Caixa, Carlos Vieira, tem repetido sistematicamente que os resultados negativos da poupança podem resultar na falta de recursos para o crédito habitacional em 2025. No entanto, Brasiliano garante que os últimos resultados da poupança apontam para um cenário mais promissor daquele desenhado pela instituição. Segundo ele, a expectativa do banco estatal é igualar o volume de contratações via Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que usa recursos da caderneta e de LCI, em relação a 2023, em torno de R$ 75 bilhões. Ano passado, a carteira imobiliária da Caixa foi de R$ 733 bilhões, e deve apresentar uma alta entre 8% e 12% em 2024, turbinada pelo FGTS.