Notícias

Santander cria linha de crédito imobiliário sem o uso da poupança

Linha inovadora voltada para as incorporadoras utiliza certificados de recebíveis imobiliários (CRI) como principal fonte de recursos

O Santander anunciou ao mercado, no início de julho, a criação de uma nova linha de crédito imobiliário, voltado para o financiamento de incorporadoras, que não utiliza a poupança, mas sim a estrutura de certificados de recebíveis imobiliários (CRI) como principal fonte de recursos. Batizado de Ciclo Estendido, a solução abrange desde a compra do terreno e lançamento do projeto até o repasse dos financiamentos das unidades vendidas na planta, passando, claro, pela própria edificação.

“É um produto inovador, porque temos uma maneira de financiar o ciclo imobiliário sem a dependência da poupança. Um ponto importante do projeto é buscar alternativas de funding para o setor”, define o Diretor de Negócios Imobiliários do Santander, Sandro Gamba, pontuando que a ideia do banco é concentrar os recursos subsidiados da caderneta no crédito para pessoa física e utilizar mais o mercado de capitais no caso das empresas.

“Avaliamos que o processo de financiamento acaba se tornando pouco otimizado, porque o incorporador busca um financiamento pré-obra, por exemplo, por meio de investidores no mercado de capitais, e depois tem de buscar outra estrutura para a construção propriamente dita, em geral, por meio dos bancos, no chamado plano empresário. Após a construção estar pronta, tem a fase de repasse das dívidas dos compradores para as instituições financeiras, que assumem o financiamento”, completa o Chefe de Negócio Imobiliário para Pessoa Jurídica da instituição,  Robson Bhering.

Bhering garante que a solução abrange “tudo” em uma só estrutura, oferecendo previsibilidade e tranquilidade ao incorporador, que passa a contar “com um funding garantido em todas as fases”. Ele pontua que o incorporador poderá lançar séries diferentes para captações em momentos específicos, como no início do projeto e para custear os gastos da obra. “Mas toda a subscrição desse CRI já sai garantindo tanto o funding para o pré-obra quanto para a fase seguinte”, destaca.

 “O mercado imobiliário precisa se reinventar. Não se trata de suprir a diminuição da caderneta, mas de reduzir a dependência da poupança”, determina Gamba, alertando que apesar da diminuição preponderante da poupança, o volume de recursos na estrutura do crédito imobiliário cresceu R$ 460 bilhões de 2021 para 2023, para um total de R$ 2,17 trilhões. “Parte do crescimento foi suprido pelo mercado de capitais, com títulos bancários como Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra Imobiliária Garantida (LIG), securitizados, como CRIs, e pelos fundos imobiliários”, insiste o executivo.

Cadastre-se e receba
noticias no seu email

Notícias Recentes
Procurar por Mês
Procurar por Ano