Vendas e entregas em alta, mas com menos lançamentos; é dessa forma que a indústria da construção civil começou o ano de 2023. De acordo com a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), as vendas de imóveis novos cresceram 7,7% nos últimos 12 meses (até janeiro). O indicador Abrainc-Fipe indica a comercialização de 152,7 mil unidades entre fevereiro de 2022 e janeiro deste ano, diante de pesquisa com 20 associadas.
De acordo com a entidade, as vendas e entregas estão em alta, mas os lançamentos caíram. As entregas totais em 12 meses alcançaram 91,4 mil unidades, o que representa uma alta de 19,2%. Desse total, 77,3 mil foram do programa habitacional. Quanto aos lançamentos no período, a queda foi de 22,6%, com 120,9 mil novos imóveis. A queda no segmento Minha Casa, Minha Vida foi de 12,9%, com 80,1 mil unidades lançadas, enquanto no segmento médio e alto padrão a queda foi de 37,6%, somando 39,8 mil unidades.
O destaque da pesquisa, segundo a entidade, foi o segmento médio e alto padrão, que vendeu 46,9 mil unidades, ou seja, uma alta de 59,1%. A venda de imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida caiu 8,2% (100,6 mil unidades vendidas). Em janeiro foram vendidos 9.336 novos imóveis, no total, uma alta de 1,3% em relação ao mesmo mês de 2022.
Presidente da Abrainc, Luiz França considera que o setor está em ritmo de crescimento, mas com uma velocidade menor do que nos anos anteriores. O motivo? A alta de juros, principalmente. Ele pontua que a entidade defende a proposta de elevar de 65% para 70% a parcela de recursos da poupança para o crédito imobiliário, com o objetivo de estimular o setor, além da dedução dos juros do financiamento imobiliário no imposto de renda do comprador do imóvel.