O Banco Central anunciou que dentro do projeto-piloto do real digital, pretende tokenizar três tipos de ativos: a moeda brasileira (real), os depósitos bancários e os títulos públicos federais. De acordo com o Chefe do Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos do BC, Rogério Lucca, em um primeiro momento a instituição vai limitar o projeto à moeda, sem expansão do passivo eletrônico do BC. “Permitiremos os depósitos bancários à vista a fim de incorporar a capacidade de transação de varejo de clientes finais e, a fim de garantir e testar transações DvP [entrega versus pagamento], propusemos que o ativo a ser transacionado seja o título público federal, algo com o que o Tesouro concordou”, explicou o executivo.

Lucca explicou que o piloto tem por objetivo testar na nova infraestrutura a capacidade da tecnologia de resolver o ‘trilema’ entre programabilidade, descentralização e privacidade das transações dentro de um ambiente de blockchain. “A reserva bancária tokenizada segue a mesma regra da reserva não tokenizada. Não muda a característica do ativo. Aplicam-se todas as regras de proteção de dados, conheça seu cliente [KYC] e prevenção à lavagem de dinheiro”, garantiu.

Coordenador da iniciativa do real digital, Fábio Araújo complementou que o projeto-piloto terá representação de todas as instituições que estão atuando no sistema financeiro hoje. “Idealmente queremos bancos, cooperativas e instituições de pagamento. A ideia é reproduzir o ambiente real”, ressaltou. A partir deste mês, começa a incorporação de participantes do sistema financeiro no piloto do real digital. Em dezembro, haverá o real digital tokenizado e os títulos públicos serão tokenizados em fevereiro de 2024. Em março daquele ano será feita a avaliação desta etapa.