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Caixa e setor da construção civil pleiteiam redução do compulsório bancário

Cálculos indicam que medida pode injetar R$ 38 bilhões no mercado

Não é apenas a indústria da construção civil que pleiteia a redução do compulsório bancário para turbinar os financiamentos imobiliários no país. A Caixa também tem levantado essa bandeira e, mais do que isso, sua então Presidente, Rita Serrano, entregou ao Ministério da Fazenda documento solicitando a implementação de tal medida. Rita garantiu, inclusive, que envolveria o Banco Central nessa questão.

“É necessário repensar o compulsório. Propusemos liberar o compulsório desde que vinculado ao financiamento imobiliário”, disse Rita, ao participar de um evento promovido pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em São Paulo. Segundo ela, o crédito imobiliário tem sido diretamente afetado pela perda de recursos da caderneta de poupança, até aqui sua maior fonte de financiamento. Em agosto, por exemplo, os financiamentos da casa própria com recursos da poupança chegaram a R$ 13 bilhões, um recuo de nada menos do que 22% na comparação com o mesmo mês de 2022. “Já listei para o Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a necessidade de repensar o produto poupança para que volte a ser atrativo”, informou Rita.

O Banco Central define que 65% dos recursos da caderneta de poupança devem suportar os financiamentos imobiliários, enquanto 20% são guardados como colchão de liquidez na forma de depósitos compulsórios e os 15% restantes são de uso livre pelas instituições. A intenção do setor e da própria Caixa é que esse compulsório seja diminuído em 5%, liberando os recursos para os bancos concederem crédito imobiliário. Cálculos do setor dão conta de que essa medida injetaria R$ 38 bilhões em recursos no mercado.

Abrainc, Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Sindicato da Habitação (Secovi-SP), Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) e Associação das Empresas de Loteamento (Aelo), entre outros representantes setoriais, defendem a medida. E aplaudem a adesão da Caixa à proposta. “A notícia do apoio da Caixa é muito boa. O pedido partindo de um agente desse porte, líder em crédito imobiliário, engrossa a demanda existente no mercado”, disse, por exemplo, o Presidente da Abrainc, Luiz França.

França lembra que em março o setor levou ao BC a proposta de mudança nas regras do compulsório, mas na época a preocupação era diminuir a liquidez da economia a fim de combater a inflação. O Presidente da Abrainc se mostra otimista, pontuando que agora o cenário é outro, inclusive com queda dos juros. “Liberar o compulsório lá atrás poderia até soar como uma medida esquisita. Agora, não. O juro está caindo, estamos vendo um afrouxamento. E o dinheiro vai ser usado para financiar o mercado imobiliário, que movimenta a economia e gera emprego”, disse ele.

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