A Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) informou que o IGMI-R/ABECIP desacelerou para 1,05% em dezembro, depois de variar 1,46% em novembro. Assim, registrou uma desaceleração ligeira na variação acumulada em 12 meses, de 15,28% para 15,06%. De acordo com a entidade, as dez capitais analisadas pelo índice registraram variações percentuais acumuladas acima de dois dígitos em 2022, aproximando seus resultados da média nacional.
“Apesar da desaceleração do resultado em termos nominais, acumulado em 12 meses, entre novembro e dezembro de 2022, a variação dos preços dos imóveis residenciais em termos reais em 2022 foi significativa, considerando como base de comparação a evolução do Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA/IBGE) no ano (5,79%). Esse foi o terceiro ano consecutivo em que a variação anual do IGMI-R/ABECIP superou a do IPCA desde o início de sua série histórica em 2014 para a média nacional, e o primeiro ano em que todas as dez capitais tiveram variações superiores ao IPCA”, explicou a entidade.
O desempenho dos preços dos imóveis residenciais em 2022, destaca a Abecip, reflete o aquecimento do mercado, que registrou ao longo do ano aumentos nos números de novos lançamentos e financiamentos nas principais capitais do país. Segundo ela, as melhoras nas condições do mercado de trabalho, tanto em termos de emprego quanto de renda, colaboraram para esse aquecimento, ao mesmo tempo em que os aumentos das taxas básicas de juros ao longo do ano não foram acompanhados na mesma intensidade pelas taxas para financiamentos imobiliários.
“Alguns indicadores do nível de atividade na economia brasileira apontam para uma desaceleração no final de 2022, o que é refletido no sentimento dos empresários do setor da construção civil captado pela Sondagem da Construção do IBRE/FGV. Em dezembro de 2022, tanto a percepção da Evolução Recente da Atividade quanto a da Tendência de Negócios para os próximos seis meses apresentaram reduções. Esses sentimentos incorporam uma incerteza geral em relação ao desempenho da economia, no contexto de como a nova administração federal irá lidar com os desafios relacionados ao equacionamento do desequilíbrio fiscal gerado desde a pandemia, e seus efeitos sobre a política monetária. Uma perspectiva mais clara acerca do desempenho do mercado imobiliário residencial em 2023 será possível a medida em que essas questões forem sendo definidas ao longo dos próximos meses”, ressalta a Abecip.