Dados divulgados pelo Banco Central indicam que em março, na comparação com fevereiro, o estoque e as concessões totais de crédito subiram, enquanto a inadimplência ficou estável. Já no critério dessazonalizado, as concessões de crédito apresentaram queda.
De acordo com o BC, em março o saldo das operações de crédito do sistema financeiro subiu 0,7% (R$ 5,361 trilhões). Em 12 meses, a alta acumulada é de 12%. O saldo total do crédito livre, por sua vez, cresceu em março 0,8% (R$ 3,169 trilhões), enquanto o crédito direcionado avançou 0,6% (R$ 2,191 trilhões). O saldo total de crédito para as famílias aumentou 0,8% no mês (R$ 3,266 trilhões). Para as empresas, houve alta de 0,6% (R$ 2,096 trilhões).
São as seguintes as projeções feitas pelo BC para o crescimento do crédito este ano: 7,6% para o total; 7,1% para o livre; 8,3% para o direcionado; 8,4% para pessoas físicas; e, finalmente, 6,3% para pessoas jurídicas.
A medida considerada mais abrangente do crédito, de acordo com o BC, o crédito ampliado ao setor não financeiro cresceu, em março, 0,5%, na comparação ao mês anterior (R$ 14,953 trilhões). Ele é o mais abrangente porque inclui empréstimos, financiamentos, o mercado de capitais e empréstimos externos. Ainda segundo o Banco Central, no caso das concessões, o foram concedidos em março 24,2% a mais em novos empréstimos e financiamentos, diante de fevereiro.
As concessões para clientes corporativos cresceram, no mesmo período, 34,6% (R$ 239,8 bilhões). O sistema financeiro concedeu para as famílias brasileiras R$ 283,3 bilhões em novos empréstimos e financiamentos, o que significa uma alta de 16,6% em relação a fevereiro.
As concessões com recursos livres (taxas pactuadas livremente entre bancos e clientes) subiram 22,8%. Já as operações com recursos direcionados (regulamentadas pelo governo ou vinculadas a recursos orçamentários) cresceram 38,6%. Já as concessões dessazonalizadas caíram 1% em março, diante de fevereiro. A queda foi de 2,2% para pessoas físicas e 2,6% para pessoas jurídicas. No crédito livre total, as concessões com ajuste sazonal caíram 2,1%. No crédito direcionado, recuaram também 2,1%.
“O cenário que nós temos para o crédito é de um crescimento para março, mas com desaceleração [na taxa de crescimento em 12 meses] nos saldos e redução das concessões [dessazonalizadas] para o mês”, disse o Chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha. Segundo ele, a dessazonalização retira efeitos de eventos específicos do período ou do número de dias úteis na concessão dos empréstimos.
A inadimplência média das operações de crédito, revelou o BC, ficou estável em 3,3 % em março. Entre as empresas, a taxa média ficou em 2,1%, estável na relação a fevereiro. Entre as famílias também foi estável: 4,1%. No crédito com recursos livres, a inadimplência ficou em 4,6% (contra 4,5% em fevereiro). No crédito direcionado, foi 3,3%, contra 3,3% anteriormente.
Em relação ao estoque total de crédito imobiliário para pessoas físicas com recursos direcionados, foi registrado um aumento de 0,9% em março na comparação com fevereiro (R$ 951,923 bilhões). Em 12 meses, a alta foi de 13,3%. Já as concessões, na mesma categoria, subiram 20%, para R$ 14,528 bilhões no mês, acumulando queda de 5,4% em 12 meses. A taxa anual de juros, por sua vez, subiu de 9,5% para 11%.