A indústria da construção civil se mostra preocupada com todos os percalços que atrapalham, por ora, a produção. Em reunião de conjuntura realizada no Sinduscon-SP, em 8 de novembro, o que mais se ouviu foram queixas sobre a alta dos custos dos insumos e do financiamento da construção, a dificuldade de acesso ao crédito, os juros elevados e a expectativa de consumidores, que estão esperando os juros caírem para financiar a casa própria. O resultado? Um possível menor número de novos empreendimentos em 2024.
Vice-presidente de Economia da entidade, Eduardo Zaidan pontua que o custo de produção de um imóvel está cerca de 60% maior, comparado ao daquele anterior à pandemia. Assim, a lucratividade das empresas tem se reduzido cada vez mais, sendo esta a principal queixa do empresariado. O setor reclama, também, que está cada vez mais difícil adequar o preço de venda em função do aumento dos custos – as empresas garantem que o volume de vendas elevou mas o valor geral de vendas diminuiu.
Zaidan também reclamou do texto da reforma tributária, que traz um grande número de exceções à alíquota geral do IVA (Imposto sobre Valor Agregado), o que se transformará em uma alíquota alta. “Com grande número de exceções, a reforma terá modificações a cada quatro ou cinco anos, sua implementação se dará em prazo muito longo e seus resultados serão desconhecidos. Isso dificilmente conduz a termos um cenário arrecadatório coerente com uma política fiscal. Enquanto não avançarmos na modernização do Estado e na melhoria do gasto público, continuaremos vivendo com sobressaltos”, disse.