Notícias

Loft quer dar um passo a frente por meio da inteligência artificial

Ideia é operar com menos colaboradores, porém de forma mais inteligente

Para a startup do setor imobiliário Loft, o ano de 2022 foi marcado pela demissão de 1.195 colaboradores – decerto o maior corte entre todas as startups no Brasil, que viveram drama semelhante, batizado de “inverno das startups”. Os recursos então minguaram, o capital investidor sumiu, e as startups não encontraram outra saída senão o corte profundo em seus recursos humanos. A Loft foi a campeã desse cenário lamentável.

Para esse ano, o unicórnio do setor imobiliário quer uma marca diferente, que traga orgulho para a startup, seus acionistas, investidores e para o próprio time. A IA – inteligência artificial – é o caminho escolhido, em busca de mais eficiência, mais inteligência e menor necessidade de mão de obra. A ideia é se reerguer com um novo tamanho – mais enxuta – e com a ajuda das ferramentas de IA.

“A gente vê a IA como um superpoder para alavancar as pessoas na companhia. Os times passaram a ser mais enxutos e aprenderam a operar com menos recursos. Desta maneira, a IA se disseminou pela empresa”, afirmou ao jornal O Estado de São Paulo o Diretor de Tecnologia da Loft, Luis Bitencourt-Emilio. O executivo comanda um time de 293 colaboradores, que hoje se dedica especialmente no desenvolvimento de uma operação ancorada na inteligência artificial.

Bitencourt-Emilio destaca o desenvolvimento e implementação de uma ferramenta antifraude na corretagem, que detecta quando o comprador ou o vendedor tenta fechar a venda fora da plataforma, para fugir da comissão. Segundo ele, a ferramenta vasculha, por meio de algoritmos, escrituras, matrículas, cadastros de visitas e registros de entrada e saída de imóveis na plataforma, entre outros dados, para indicar suspeição de fraude. Nesse caso, o sistema notifica colaboradores, que confirmam ou não a fraude. A Loft garante que já recuperou R$ 300 mil em comissões.

É por meio da IA, também, que uma outra ferramenta possibilita que a Loft crie anúncios muito mais atraentes. A tecnologia está presente na reestruturação que a startup fez em seu marketplace. Agora, os algoritmos recomendam com muito mais eficiência imóveis para os visitantes da plataforma da companhia. E mais: a ferramenta detecta imóveis duplicados, carregados por diferentes imobiliárias parceiras, fazendo uma verdadeira limpa que favorece o cliente. Mas o que o executivo destaca, mesmo, é a precificação dos imóveis, sugerida ao proprietário que quer vender seu imóvel na companhia, com análise de dados de matrículas de imóveis a milhões de anúncios de venda para estimar o valor a ser proposto.

Embora não aponte números exatos, a Loft informa que, esse ano, já registra um crescimento de receita na ordem de 40%, e Bitencourt-Emilio não tem dúvidas de que a IA é um dos pilares dessa alta. Esse crescimento é mais do que bem-vindo, é necessário: a companhia ainda não atingiu o equilíbrio de suas contas (break even) e, em agosto, precisou buscar uma nova rodada de investimentos de US$ 100 milhões liderada por um fundo soberano do Oriente Médio, o que acabou reduzindo pela metade o valor de mercado da startup, agora valendo US$ 1,45 bilhão.

Cadastre-se e receba
noticias no seu email

Notícias Recentes
Procurar por Mês
Procurar por Ano